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Ondas de Calor e incêndios rurais

As ondas de calor associadas às secas de longa duração são um dos principais contribuidores na ignição e desenvolvimento de incêndios.

O estudo de Parente et al. (2018) teve como objetivo analisar a influência das ondas de calor (OC) na ocorrência de incêndios extremos (IE) em Portugal. Para o qual foi realizada uma análise comparativa espaço temporal entre os descritores das ondas de calor e os eventos de IE.

A informação sobre os IE para o período 1980-2010 foi obtida através da combinação das duas bases de dados facultadas pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF, http://icnf.pt/), as quais permitem obter informação espaço temporal detalhada dos eventos selecionados. Para este estudo, um IE é um evento com área ardida superior a 5 000 ha, o que apenas perfaz 0.02% dos eventos ocorridos mas que correspondem a 19% da área ardida total entre 1980 e 2010.

Os resultados indicam uma clara associação entre a variabilidade inter-anual das OC e a distribuição espaço-temporal dos IE:

(i)   97% dos eventos em estudo estiveram ativos durante uma OC;

(ii)   90% do número total de dias de incendio também foram dias de OC;

(iii)   83% dos IE ocorreram durante e numa área afetada por uma OC;

(iv)   82% dos IE ocorreram completamente durante uma OC;

(v)   45% dos IE ocorreram durante 3 OC, nomeadamente durante as ondas de calor de agosto de 1991, 2003 e de 2005;

(vi)   60 dos 62 dos IE correram durante 23% das 130 OC observadas;

(vii)   2 IE ocorreram em áreas afetadas previamente afetadas por OC.

Parente, J., Pereira, M. G., Amraoui, M., & Fischer, E. M. (2018). Heat waves in Portugal: Current regime, changes in future climate and impacts on extreme wildfires . Science of the Total Environment, 631, 534-549.